Dois anos após a intervenção, o instituto recuperou R$ 137,8 milhões, reduziu despesas administrativas e ampliou os serviços, a governança e a transparência
Brasília, 25 de outubro de 2019 – Desde o início da intervenção no Postalis, há dois anos, o Instituto toma medidas para reverter prejuízos causados por gestões anteriores e resgatar a confiança dos participantes e do mercado. Desde outubro de 2017 até agora, R$ 137,8 milhões foram recuperados nos dois planos geridos pela entidade: o Plano de Benefício Definido (PBD) e o PostalPrev, de contribuição variável. Para isso, utilizou execuções judiciais de devedores inadimplentes e denúncias na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra administradores de fundos de investimentos. “Mesmo com problemas, em nenhum momento o Postalis deixou de pagar benefícios aos seus aposentados e pensionistas”, ressalta o interventor Walter Parente.
Com a adoção de normas mais rígidas para a seleção de corretoras e gestores de investimentos, a curva de rentabilidade dos planos voltou a ser positiva. Em 2018, o PBD obteve retorno de 14,65%, enquanto o PostalPrev atingiu 10,93%. De janeiro a setembro de 2019, o BD acumula 10,82% e o de contribuição variável está em 10,99%. Assim como em 2018, nos dois casos, eles superam as respectivas metas atuariais e também a média de outros planos similares de entidades fechadas de previdência.
Internamente, a redução de despesas foi determinante para dar novo fôlego ao Postalis. Com a redução de quadro de pessoal e do número de gerências (de 23 para 15), a mudança de sede e a revisão de contratos com fornecedores de todas as áreas, o custo administrativo por participante recuou 26,5% entre 2017 e 2018, segundo dados da Previc. Assim, o percentual de despesas sobre os ativos totais da entidade recuou de 1,26% para 0,81% no período. No grupo de entidades com patrimônio similar, a média é de 0,82%. “A melhora no desempenho ocorreu mesmo diante da queda de 33% da receita administrativa total e de 2,32% no número de participantes entre 2018 e 2017”, destaca Parente.
Uma das missões da intervenção era a de reestruturar a governança corporativa. Além de criar comitês obrigatórios de Auditoria e de Riscos, o Postalis lançou seu próprio Programa de Integridade. Entre as medidas, foi desenvolvida uma ferramenta para o acompanhamento diário de todas as movimentações financeiras, para agilizar o reporte de transações suspeitas às autoridades. Um check-list de conformidade é executado antes de qualquer novo investimento. O sistema permite também o monitoramento da inadimplência dos ativos e suas garantias.
O Código de Ética está sendo atualizado em paralelo à criação de um fluxo de análise reputacional para contratação de prestação de serviços. Os próximos passos prevêem a criação de um Canal de Denúncias externo e com a garantia do anonimato para o denunciante. E o Plano Anual de Auditoria Interna para 2020 já está aprovado.
No relacionamento com os participantes, o Postalis apostou na digitalização, incluindo serviços que podem ser feitos online, como solicitação e contratação de empréstimos, por exemplo. Também aumentou o número de atendentes em sua Central de Atendimento e mais de 99% dos chamados para a Ouvidoria agora são respondidos e encerrados antes do prazo de cinco dias.
Perto de encerrar o período de intervenção, os desafios continuam sendo a criação de uma nova proposta previdencial, a ser aprovada pelos Correios e Previc, e a negociação da dívida do patrocinador (a Reserva Técnica de Serviço Anterior – RTSA). “Com as mudanças, o Postalis se fortaleceu e será capaz de reencontrar o caminho da sustentabilidade”, afirma Walter Parente.